BNDES vai disponibilizar R$ 1,5 bilhão para negócios de impacto social e ambiental

Publicado em 09/12/2021
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Em 2021 o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está realizando pela primeira vez uma chamada pública específica para selecionar fundos exclusivamente voltados para os negócios de impacto. A informação foi confirmada pela instituição nesta terça-feira (30/11) durante o primeiro dia do 6° Seminário de Negócios de Impacto Social e Ambiental realizado pelo movimento Rio de Impacto.

Desde 2018, o banco de fomento incluiu critérios de mensuração de impacto social em seus fundos de investimento. Neste ano, mais um passo importante está sendo dado para superar as dificuldades de financiamento de negócios sociais: o BNDES selecionou três fundos que devem investir, somados, R$ 1 bilhão e 540 milhões em até 50 negócios de impacto social nos próximos anos. No momento, as propostas selecionadas estão em análise para subscrição. “Dois dos três fundos selecionados apoiam empresas com faturamento anual de até R$ 90 milhões. Queremos aumentar a oferta de capital para favorecer a sobrevivência e o desenvolvimento dos planos de negócios dos empreendimentos de impacto”, revela Carla Ramos, assistente técnica do BNDES.

Coordenador da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (Enimpacto), Lucas Ramalho destaca o papel dos negócios de impacto social e ambiental na promoção de soluções sustentáveis que, segundo ele, precisam nortear os projetos nacionais de desenvolvimento nos próximos anos. Neste sentido, ele destaca que o aumento da oferta de capital voltado para as finanças sociais é uma prioridade. “A Enimpacto reúne 16 órgãos públicos, além de setores da sociedade civil, e a gente entende que quanto mais capital disponível, mais negócios vão surgir”, avalia.

Este também é o entendimento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O diretor de tecnologia da entidade, Maurício Guedes, relatou durante o evento que a instituição fluminense de fomento à Ciência abriu um edital específico para pesquisa e desenvolvimento do ecossistema fluminense de finanças sociais, além de incorporar em outras seleções critérios de impacto social e ambiental. “Tivemos recentemente editais voltados para mobilidade urbana; para novas formas de geração de energia; para ciência forense; além de um edital para fomento de empreendimentos e organizações que apoiam os empreendimentos de impacto. São chamadas públicas que priorizam recursos para questões sociais e ambientais”, avalia o diretor da Faperj.

Também preocupada em apontar caminhos para destravar os recursos disponíveis para os negócios de impacto, a unidade fluminense do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Rio) produziu uma nova edição do Guia de Oferta de Capital para Negócios de Impacto que mapeia oportunidades de financiamento para negócios sociais em diferentes fases de maturação. “Os negócios de impacto social e ambiental são um segmento prioritário para o Sebrae, por isso temos muita vontade de continuar participando de uma iniciativa como o Rio de Impacto”, afirma o Diretor de Desenvolvimento do Sebrae Rio, Sergio Malta.

Além de revelar o desenvolvimento de novas propostas de ampliação de oferta de capital para o ecossistema de negócios de impacto, o primeiro dia de seminário também abordou temas específicos que estão ampliando oportunidades para negócios sustentáveis em todo o mundo. Uma destas novas tendências é a Economia do Bem-Estar: “Por décadas a gente tem se concentrado em impulsionar o PIB como um fim em si mesmo. Ao longo dos últimos 50 anos nós já geramos algo em torno de US$ 400 trilhões. O problema é que a gente não está conseguindo gerir esta riqueza de uma forma justa, gerando bem-estar para as pessoas e para o planeta. Uma boa alimentação, acesso à educação, acesso a espaços verdes; tudo isso são coisas fundamentais que não são medidas pelo PIB”, definiu João Bernardo Casali, representante do Sistema B.

A Economia do Bem-Estar está se entrelaçando ao ecossistema de negócios de impacto com objetivo de desenvolver métricas capazes de metrificar e promover parâmetros de sustentabilidade para a economia global. Com este entendimento surgem empresas como a 100% Amazônia, uma exportadora de produtos florestais de base renovável, com relacionamento próximo e apoio técnico às comunidades fornecedoras. “Eu aprendi muito como funcionam as cadeias produtivas da região amazônica, principalmente de açaí, e procuramos gerar renda a partir de um modo extrativista sustentável e justo. As comunidades não são apenas fornecedoras, há uma troca de saberes, num modelo de negócios inclusivo”, explica Fernanda Stefani, sócia da empresa.

Rita Afonso, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) argumentou que o ecossistema de negócios de impacto pode se tornar um dos caminhos para mudar o paradigma econômico nos próximos anos. “Eu estudo este tema, que se travestiu de vários nomes nos últimos 30 anos, e percebo que precisamos parar de pensar em mitigar impacto negativo e almejar gerar impacto positivo”, reflete.

Neste primeiro dia também foram abordados os pontos de contato entre os negócios de impacto e a Economia do Mar, além do fortalecimento da Economia das Periferias. Também palestraram no primeiro dia : Tati Brandão, mentora de líderes e empreendedora social; Ana Lúcia Ferreira, CEO do Visão do Bem; Paula Rascão, sócia do e-Trilhas; Bruno Trivellato, sócio da Gaia Inovação em Tecnologia Educacional; Wagner Andrade, CEO do Menos 1 Lixo; André Dias, Analista de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário; Renato Regazzi, Gerente de grandes empreendimentos do Sebrae Rio; Rachel Karam, coordenadora do grupo jurídico do Sistema B; Vandré Brilhante, diretor-presidente do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS).

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