Evento na PUC celebrou comitê estadual e conectou experiências transformadoras no Rio
Publicado em 08/06/2025

Durante três dias, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro foi palco do evento "Fortalecendo Redes de Inovação Socioambiental", uma jornada colaborativa que reuniu atores-chave do ecossistema de impacto. Organizado pela PUC-Rio, em parceria com o Movimento Rio de Impacto, o Observatório dos Negócios de Impacto Social e Ambiental do RJ, o Hub pela Erradicação da Pobreza (HubEP), o Laboratório Vivo de Educação Ambiental e Sustentabilidade (LUVAS), a Associação de Antigos Alunos da PUC-Rio (AAA) e a Rede Academia ICE, com apoio da Faperj, o evento celebrou um momento histórico: a regulamentação da Política Estadual de Investimentos e Negócios de Impacto.
Na abertura, o reitor da PUC-Rio, padre Anderson Pedroso, afirmou que “não há transformação social sem inovação real” e ressaltou o papel da universidade como espaço de diálogo e construção do bem comum. “Sabemos que nenhuma solução duradoura será construída de forma isolada. Tudo está interconectado. É nessa integração que reside a força da colaboração”. Ao seu lado, Gustavo Robichez, da Coordenação Central de Parcerias e Inovação, reforçou: “Pensar pequeno dá o mesmo trabalho que pensar grande. O papel da universidade é justamente articular saberes e transformar o território em um laboratório vivo de soluções”.
A participação do poder público também foi um dos pontos altos da programação. A presidente da Faperj, Caroline Alves da Costa, reforçou o papel da fundação no fomento às soluções inovadoras com impacto social e ambiental. Representando a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Andressa Good anunciou com entusiasmo a regulamentação da Política Estadual de Investimentos e Negócios de Impacto — conquista construída em articulação com o ecossistema. Já a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade levou ao palco a experiência do PISTA, Parque de Inovação Social e Tecnológica, que vem implementando soluções em territórios populares como a Rocinha, mostrando que políticas públicas bem articuladas são essenciais para a escalabilidade de iniciativas de impacto.
A programação trouxe à tona experiências inspiradoras que conectaram teoria, prática e território. Painéis como “O papel da ciência de dados na sustentabilidade” e “Territórios Inteligentes: o caso Rocinha” mostraram como soluções locais vêm sendo impulsionadas por evidência científica, redes colaborativas e tecnologias de ponta. Participaram ativamente nomes como Giselle Sakamoto (MDIC), Aron Belinky (GAS), Mirella Domenich (IARIS), Leonardo José (CIEDS), Joana Lopes e Pedro Seibel (ECOA/PUC), além de representantes do TecnoPUC e da UFRJ. No encerramento do segundo dia, a Sessão Pipoca — com curadoria da Escola de Audiovisual da Rocinha — emocionou o público e trouxe à tela a potência da comunicação na transformação social.
Da favela à inteligência artificial: cases revelam diversidade de soluções
O evento também foi vitrine para negócios e iniciativas que mostram o vigor do ecossistema fluminense. A plataforma IARIS, por exemplo, apresentou sua tecnologia de inteligência artificial voltada à gestão de impacto socioambiental. A startup Água Camelo mostrou como a ciência de dados tem viabilizado acesso à água potável em comunidades vulneráveis. Já o Instituto ECOA destacou o uso de sensoriamento remoto como ferramenta para decisões sustentáveis, e empreendedores da base da pirâmide marcaram presença em sessões de pitch com apoio de dinamizadoras como Impact Hub, PISTA, Asplande e Sistema B.
Para Geiza Rocha, coordenadora do Rio de Impacto e curadora do evento, o encontro foi mais do que uma troca de experiências: “Esse evento marca um reencontro de trajetórias e a consolidação de uma agenda comum. A força das redes está justamente na diversidade de vozes que ela consegue articular em torno de um propósito”.
A professora Ruth Espínola Soriano de Mello, idealizadora da iniciativa, emocionou o público ao relembrar a trajetória empreendedora da universidade e o papel da ciência como ferramenta de transformação. “Somos ativistas da extensão universitária. Acreditamos na ciência viva, na colaboração e na difusão do conhecimento como instrumentos para o bem viver”, declarou. Ruth também organizou a publicação lançada no evento sobre os desafios da sustentabilidade nos modelos de negócios de impacto.
As sessões das manhãs dos dias 28 e 29 de maio foram transmitidas ao vivo e continuam disponíveis no canal do YouTube do Rio de Impacto. Para quem não pôde acompanhar presencialmente, essa é uma ótima oportunidade de rever os debates, conhecer as iniciativas apresentadas e se inspirar com as experiências compartilhadas. Basta acessar:
Link do primeiro dia: https://bit.ly/YouTube_FortalecendoRedes_PrimeiroDia
Link do segundo dia: https://bit.ly/YouTube_FortalecendoRedes_SegundoDia