HackRoc 2020 – Uma maratona de programação para transformar a vida de jovens e da comunidade
Publicado em 11/08/2020
Jovens da Rocinha e da rede estadual de ensino desafiam os problemas de trabalho e renda do mundo pós-pandemia, criando soluções inovadoras e tecnológicas para a Comunidade.
O projeto Gari Comunitário foi o grande vencedor da terceira edição do HackRoc 2020 – Hackathon do Escola Inovadora da Rocinha. Por conta da pandemia, a competição aconteceu totalmente on-line no mês de julho, mas isso não foi empecilho para os jovens da Rocinha e os estudantes da FAETEC e da UERJ que formaram as 7 equipes do hackathon.
Empolgados com o desafio e orientados por professores destas instituições e com mentoria do Programa Startup Rio da SECTI, os jovens aprenderam como elaborar um projeto, desenhar seu modelo de negócio e fazer um pitch de apresentação para uma banca julgadora.
O HackRoc 2020 é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), da Fundação Cecierj – Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj), da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Muito além de uma competição, um aprendizado com mão na massa.
O HackRoc 2020 foi um verdadeiro boot camp sobre empreendedorismo.
A fase de treinamento foi realizada ao longo de dois dias repletos de ensinamentos, conselhos e dicas de professores e mentores.
Os estudantes descobriram os conceitos essenciais da criação de um negócio através do desenho de um modelo de negócio – canvas que abrange os aspectos-chave para empreender. Isso inclui uma profunda reflexão sobre a proposta de valor do negócio e o perfil dos clientes, assim como uma análise detalhada dos recursos necessários, sejam eles físicos ou financeiros, por exemplo.
Mas o treinamento não ficou só na teoria. As equipes tiveram que realizar um trabalho de investigação para conhecer e apreender de maneira mais assertiva o mercado onde pretendiam atuar e identificar as “dores” dos moradores da Rocinha que queriam atender. Entenderam que o processo incluía observação atenta dos usuários e muita empatia na hora de entrevistar, além de pesquisa rigorosa online e brainstorming em equipe, para finalmente gerar aquele “insight” e criar uma solução inovadora.
O impacto social da inovação
Depois do treinamento, veio a hora tão esperada da maratona. As equipes arregaçaram as mangas, juntaram os conhecimentos adquiridos e sua criatividade e, durante dois dias, trabalharam duro para desenvolver uma solução inovadora ao desafio lançado. Finalmente, cada time apresentou seu projeto num pitch de rigorosos 5 minutos.
A recompensa valeu muito o esforço: o time vencedor foi contemplado com 4 horas de mentoria e programação oferecidas pela Vans Tech, e mais 4 horas de mentoria do Sebrae para ajudar a desenvolver a solução vencedora, além de ganharem Smartphones.
O DESAFIO
Considerando o mundo pós-pandemia, a reestruturação dos trabalhos, assim como a perda de muitos postos de trabalho, como é possível gerar trabalho e renda dentro da comunidade da rocinha, com moradores como clientes, mas também como fornecedores utilizando a tecnologia como ferramenta?
Vitória, moradora da Rocinha, Ana Clara e Caio da UERJ, junto com Letícia e Luís da FAETEC, imaginaram um aplicativo que permite aos moradores da Rocinha acionar o serviço para limpeza de um determinado local.
Sob orientação do professor Flávio Mendonça (Iserj), a equipe Laranja vencedora criou o aplicativo Gari Comunitário, que visa resolver o problema de recolhimento de lixo na Comunidade.
O aplicativo utiliza a georreferência e a inteligência artificial para identificar qual é o gari mais próximo disponível que poderá realizar o serviço naquela área.
Gari Comunitário, um trampo limpeza !
Mas, o pulo do gato deste invento é que além de solucionar um problema espinhoso e recorrente da região, também gera inúmeros benefícios diretos e indiretos para a Comunidade. O mais evidente é a criação de renda e trabalho para os garis que, por sua vez, irão estimular a economia local.
Por outro lado, a limpeza urbana tende a melhorar consideravelmente as condições sanitárias da população e reduzir, assim, os riscos para a saúde. E juntamente, podem ser implementados sistemas de triagem e reciclagem de resíduos, operados por habitantes da Rocinha, em parceria com os órgãos de limpeza pública, ONGs e associações de moradores. Por fim, a cereja no bolo é a escalabilidade do negócio.
A soma de tantos benefícios chama-se gerar impacto social positivo, acertando em cheio o objetivo do desafio HackRoc 2020.
Parabéns a todos pela missão cumprida!
Final ainda mais feliz…
O time criador do aplicativo Gari Comunitário acabou despertando a atenção da PUC-Rio, pois a Comunidade da Rocinha é o principal território para ações de responsabilidade socioambiental da Universidade. Com isso, os integrantes da equipe ganharam bolsa de 100% no Curso Negócios de Impacto Socioambiental, o primeiro curso do Brasil totalmente dedicado ao campo dos NIS, criado e coordenado pela Professora Ruth de Mello – Professora do IAG/PUC-Rio e Assessora da FAPERJ. Os bolsistas embarcaram desde o dia 5 de agosto numa jornada de 60 horas de conteúdo e interação com professores e tutores altamente qualificados de todo o país, com perfil tanto de mercado, como acadêmico .
(https://cursospucrio.wixsite.com/cursonis
E tem mais…
O movimento “Rio de Impacto” já está de olho nesses jovens inovadores para acompanhá-los e apoiá-los, de modo que o projeto se torne mais um NIS promissor do estado fluminense, que cresça com sustentabilidade financeira e siga atendendo cada vez mais comunidades.