Negócios de impacto no RJ enfrentam desafios de financiamento e inclusão, aponta estudo
Publicado em 11/02/2025

Relatório do Observatório dos Negócios de Impacto Social e Ambiental revela lacunas no ecossistema e destaca necessidade de políticas públicas para fortalecer o setor.
As dinamizadoras – instituições que oferecem suporte estratégico, técnico e financeiro a negócios de impacto social (NIS) – desempenham um papel essencial no fortalecimento desse ecossistema no Rio de Janeiro. No entanto, um estudo do Observatório dos Negócios de Impacto Social e Ambiental do estado revelou desafios significativos, como a dificuldade de acesso a financiamento e a concentração dos recursos em áreas urbanas. Das 120 dinamizadoras analisadas, apenas 49 estão sediadas no estado, enquanto 75% delas são organizações privadas com CNPJ.
Um dos principais problemas apontados pelo relatório é a carência de apoio para negócios em fase inicial (MVP), com apenas 9% das dinamizadoras oferecendo suporte estruturado para essa etapa. Além disso, áreas estratégicas como saúde comunitária e educação digital estão entre as menos atendidas. Segundo a economista Inessa Salomão, coordenadora do Observatório, “o estudo evidencia a necessidade de descentralizar e ampliar o suporte, garantindo que empreendedores de impacto tenham acesso a recursos e redes fundamentais para seu desenvolvimento”.
A análise também mostra que a maioria das dinamizadoras foca seus esforços na capacitação e mentoria, utilizando metodologias como Business Model Canvas e Teoria da Mudança. No entanto, a adoção de tecnologias emergentes, como big data e inteligência artificial, ainda é baixa, o que limita o crescimento e a eficiência dos negócios de impacto. Além disso, os financiadores tradicionais têm dificuldades em compreender o modelo de retorno socioambiental desses negócios, dificultando a captação de investimentos.
Para superar essas barreiras, o relatório sugere iniciativas como incentivos fiscais, regulamentação específica para NIS, criação de fundos de crédito direcionados e ampliação da atuação das dinamizadoras em regiões periféricas e rurais. “O fortalecimento dessas instituições é essencial para transformar desafios socioeconômicos em oportunidades de crescimento sustentável e inclusivo”, conclui Salomão.
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