Prêmio Dandara 2021 – “Dandara um olhar por cima das correntes”
Publicado em 15/03/2021
A cerimônia da 9ª edição do Prêmio Dandara foi realizada por videoconferência nesta sexta-feira (12/03) e contou com a presença de mais de 120 participantes, entre eles colaboradores, empreendedoras, professoras e alunas, homens e mulheres homenageadas que compartilharam suas histórias de superação e aprendizado no ano em que o mundo vivenciou a maior crise sanitária do século XXI.
O prêmio foi idealizado pela ONG Asplande, uma instituição que auxilia mulheres empreendedoras, moradoras da periferia e das favelas do Rio de Janeiro, através de uma rede feminina conectada pela vontade de desenvolver e transformar o negócio dessas mulheres. O encontro realizado no mês das mulheres, lembrou a morte de Marielle Franco e teve o slogan “Dandara um olhar por cima das correntes” em referência às inúmeras mulheres guerreiras, que estão ao lado da democracia, do respeito, da diversidade humana e no combate ao preconceito e ao feminicídio. Dandara dos Palmares foi uma guerreira negra, do período colonial do Brasil, esposa de Zumbi, com quem teve três filhos. Após ser presa, cometeu suicídio se jogando de um abismo para não retornar a condição de escrava.
Esse prêmio foi uma oportunidade de dar voz e reconhecimento ao trabalho invisível de muitas mulheres que estão no seu cotidiano, no seu território, construindo histórias importantes para o desenvolvimento do empreendedorismo feminino no Rio de Janeiro e no Brasil.
Na ocasião 28 profissionais foram homenageados com o “troféu virtual” desenvolvido pela artesã da Asplande, Maria Regina Fontes, e a designer voluntaria, Layla Lima.
O Movimento Rio de Impacto marcou presença com as homenageadas Ruth Espinola, professora do Departamento de Administração e Gestão da PUC-Rio em disciplinas ligadas à inovação social, empreendedorismo de impacto socioambiental, desenvolvimento local e planejamento de negócios. Em sua fala, Ruth ressaltou a importância da luta da Asplande e a responsabilidade enquanto professora de multiplicar o conhecimento para mais pessoas. Outra ganhadora do prêmio foi a coordenadora do Movimento Rio de Impacto e secretária-geral do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Rio de Janeiro, Geiza Rocha, que destacou a importância da gestão pública estar em contato com a rede para buscar soluções e projetos de bem-estar coletivo.
O evento também contou com as apresentações culturais do Projeto Revolusom, realizado por jovens rappers de Teresópolis, que através do rap relatam a violência vivida pelas mulheres, principalmente na pandemia. O grupo Arte Faz Parte, representado por Vitor Meireles, homenageou a Asplande com sua poesia. E por fim, um vídeo produzido por jovens mulheres do Complexo do Alemão que fazem parte do grupo Contra Bando de Teatro E Outras Patifarias.
Para encerrar a cerimônia, a coordenadora da Asplande, Dayse Valença, agradeceu a presença de todos e os relatos inspiradores nesse momento em que o país registra mais de 2 mil mortes por covid-19 em 24 horas. “É muito potente, é emocionante, é reconfortante pra alma da gente poder ouvir mulheres incríveis”, disse.
Bianca Salazar